segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Olá! Espero que o fim-de-semana tenha sido óptimo. O meu foi (mesmo que tenha sido passado a trabalhar), porque deu tempo para fazer duas coisas que adoro: escrever e treinar.

Tal como te tinha prometido, hoje vou te mostrar o prefácio do meu livro de poesia. Foi escrita pela única amiga que me acolheu sempre ao longo da licenciatura que tirei… Uma pessoa que gosta do que escrevo e que partilha comigo o gosto pela poesia.

Espero que ela também de vez em quando passe por este blogue. Ela escreve muito bem, eu apenas escrevo… Com ou sem qualidade, com muita ou pouca gente que leia o que escrevo, escrevo porque tenho sempre esse desejo premente.

Este prefácio demorou muito tempo a ser feito, mas quando o recebi e li, pensei: “assim vale a pena esperar pelas coisas…” E tantas são as coisas por que espero mas que nunca vêm… Enfim…
Espero que compreendam e gostem tanto deste prefácio como eu.Obrigado Rita por o teres feito…

Abraços!

Boa semana!

Despeço-me com amizade ;)

Até sempre!

PREFÁCIO


A poesia é, por excelência, um processo criativo de índole egoísta, egocêntrica. O poeta não escreve somente, traduz antes por símbolos a celebração ou o exorcismo dos seus estados de espírito, da sua vivência, usando as palavras como forma de enaltecimento ou cura das emoções. O poeta não partilha, concede o privilégio de comunicar a sua experiência; é um solitário, não um sonhador, que materializa a sua evasão da realidade na procura do deleite semântico.
Ser poeta não é uma opção, é uma necessidade que se insurge, porque ninguém o escolhe ser. Nasce-se poeta, não se faz poeta. A poesia é inata. Brota do poeta como um filho de uma mãe, como uma força avassaladora com ânsia de se expressar. Porque escrever é tão natural e vital quanto respirar.
E a poesia acompanha o crescimento interior do poeta, assiste ao seu amadurecimento, à sua jornada contínua e diária de interacção com o mundo que o rodeia. É como uma amiga íntima e fiel, perenemente presente, que o artista procura para atenuar a força devastadora das suas emoções.
Este não é um mero livro de poesia, é sim um diário de vivências (reais ou imaginadas) de um artista na sua mais pura essência, desprovido de interesses materiais e mundanos, que goza a poesia pelo que ela é, nua e crua, uma confessora neutra e paciente, eternamente disponível.
Percorrer as páginas deste livro é experienciar momentos, apropriarmo-nos de memórias e emoções, vivendo-as como nossas. É chorar as lágrimas do poeta e cantar a sua alegria. É identificarmo-nos com quem as sentiu materialmente, mas é também acompanharmos um crescimento interior, como espectadores que assistem ao desenrolar de uma narrativa.
A ti, meu grande amigo, nada me parece mais apropriado que agradecer a oportunidade de sentir-me mais próxima de ti, ao folhear fragmentos da tua história, ao viver em cada linha as tuas, que também são minhas, emoções. Por tudo o que és, por tudo o que representas, e por tudo o que fazes só posso ver como uma bênção a tua amizade.
Obrigado, amigo!

filipejccorreia@hotmail.com

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